O abuso sexual é uma das formas de violência doméstica contra crianças e adolescentes.
De difícil diagnóstico, muitas vezes não deixa marcas físicas, mas marca a criança para toda a vida.
Por abuso sexual entende-se toda situação em que um adulto se utiliza de uma criança ou adolescente para seu prazer sexual, podendo haver ou não contato físico.
O abuso sexual intrafamiliar é a forma como se apresenta mais frequentemente.
Ocorre em todos os países e em todas as classes sociais.
Em sua maioria, é praticado por alguém que a criança conhece, confia e ama.
Assim, o maior índice de abusadores é representado pelo pai, o padrasto, tio, avô, ou alguém íntimo da família.
As crianças que mais sofrem abuso sexual são as do sexo feminino, mas os meninos também são frequentemente abusados.
O abuso pode ocorrer durante anos, só cessando quando, as vezes já adulta, a vítima tem condições de se livrar daquela relação patológica, uma vez que o abusador age "sem violência", seduzindo e ameaçando a criança de forma velada.
A mãe frequentemente sabe - ou pressente - o que ocorre, mas não faz nada para proteger seus filhos por medo ou, por não acreditar que aquilo possa ocorrer.
A criança frequentemente tenta falar com a mãe mas não encontra nela atitude de acolhida.
Por isso, essa mãe torna-se cúmplice do abuse, já que negligenciando a proteção da criança, torna-se uma "abusadora passiva".
É comum, equivocadamente a família buscar tratamento psicológico para a criança, uma vez que, em razão do que ocorre, apresenta distúrbios de comportamento, como manifestações de erotização precoce, introversão, depressão, ansiedade, mau aproveitamento escolar.
A criança vítima sofre profundamente com medo, culpa e remorso, porque quem pratica o abuso é uma pessoa que ela ama.
Nào pode entender o que está acontecendo.
Quanto ao abusador, este é um pedófilo.
A pedofilia é uma psicopatologia, um desvio da sexualidade, de caráter compulsivo e obsessivo, em que adultos têm atração sexual por crianças e adolescentes.
Dificilmente o abuso sexual é descoberto por pessoas alheias à família.
É um ato protegido por um verdadeiro muro de silêncio, que "resguarda" a família, mas que impede a proteção da criança.
Descoberta a situação, é importante lembrar que o pedófilo é um doente que deve ser tratado, além de afastado da sociedade.
Para combater o abuso sexual intrafamiliar é necessário, antes de tudo, aceitar que ele é frequente e pode ocorrer em todas as famílias; é necessário que a criança aprenda a conhecer seu próprio corpo desde pequena e, mais que tudo, é preciso que as mães acreditem em seus filhos e filhas, mesmo que lhes pareça absurdo o que estão contando.
Lauro Monteiro Filho
Médico Pediatra
Texto retirado do site "Observatório da Infância"
Um comentário:
fui vitima quando era criança, e at oj aos 37 anos ainda doi,quando ouço falar em violencia contra criança sinto um frio um tremendo desconforto, pena q nao faço part d nem uma autoridade q possa ajudar na puniçao contra essa jent sem alma...
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